A filosofia como prática formativa
Bergson, Hadot e a escrita de Lispector
DOI:
https://doi.org/10.59780/bynv4823Palavras-chave:
Filosofia, Literatura, Método, Intuição da Duração, Exercícios EspirituaisResumo
O presente artigo explora a contribuição de Henri Bergson e Pierre Hadot para a concepção da filosofia como prática formativa, destacando sua relação com a literatura, especialmente a obra de Clarice Lispector. Para isso, investigaremos o problema do método, que partirá da seguinte questão: como a intuição bergsoniana e os exercícios espirituais hadotianos podem contribuir para uma concepção filosófica que transcenda a teoria e influencie a experiência? Em seguida, serão apresentados os projetos filosóficos dos dois autores: Hadot concebe a filosofia como exercício espiritual, e Bergson propõe a intuição como modo pleno de conhecimento. Por conseguinte, um diálogo poderá ser estabelecido, com destaque para o papel formativo do saber filosófico, defendido por ambos. Nesse sentido, enquanto Hadot enfatiza os exercícios espirituais na vida ordinária, Bergson revela um método focado na experiência intuitiva do real. Nesse contexto, a literatura, representada pela escrita de Lispector, será abordada como um meio de expressão filosófica que requer do leitor uma postura intuitiva e reflexiva, aproximando-se das práticas propostas pelos autores. A distinção entre filosofia e literatura como práticas formativas será problematizada, explorando os caminhos pelos quais cada uma contribui para a discussão. Por fim, refletiremos sobre a incorporação dessas práticas à nossa vida, na compreensão da leitura como experiência capaz de moldar o pensamento e promover uma vivência plena e integral.
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