Bd. 6 Nr. 2 (2015)

					Ansehen Bd. 6 Nr. 2 (2015)

Apresentamos à comunidade universitária e leitoras/es interessadas/os na promoção e veiculação do pensamento conceitual o volume 6, número 2, da madura e tradicional Inquietude da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG). A Inquietude publica periodicamente textos filosóficos de estudantes, professoras/es, pesquisadoras/es do Brasil e de outros países. Assim como em volumes anteriores a presente edição é o fruto de um intenso e árduo trabalho da Equipe Editorial, com o apoio do Conselho Editorial. A confiança com que as/os autoras/es submetem seus artigos à Inquietude revela que o comprometimento e a qualidade na avaliação de seus escritos seguem os padrões de qualidade estabelecidos pelas diretrizes da revista permitindo que ela se consolide no âmbito da pesquisa e publicação em Filosofia.

A discussão conceitual é imprescindível para a diversidade do pensamento no seio da sociedade que pensa a si mesma de várias formas, suprindo uma demanda por espaço para divulgação de pesquisas e, situando o/a leitor/a acerca das problematizações filosóficas com a devida exposição argumentativa. Discussões estas que permeiam a formação e o desenvolvimento do pensamento desse período, não apenas no nível individual, mas de um particular que se universaliza.

Em momentos sombrios onde a questão do “tempo” para dedicar-se a produzir e estudar sofrem cortes, cabe lembrar aqui o conturbado cenário político atual, afetando todas/os as/os brasileiras/os de maneira geral, e, de maneira específica, as/os estudiosas/os desta nobre área. A carreira acadêmica das/os alunas/os de filosofia padece com sérios problemas em suas áreas de atuação pós-formatura, seja no magistério básico ou superior. Contudo esperamos pelo melhor, e desejamos que a pluralidade e o debate de ideias sejam vistos como absolutamente necessários e indispensáveis por nossa sociedade.

Nesta edição apresentamos a Xilogravura de Samuel Rodrigues (capa) e cinco artigos inéditos de uma impar inquietação filosófica.

Iniciamos com o artigo Breve estudo sobre comportamento verbal e racionalidade como critérios de verificação de inteligência artificial [de Emanuel Lanzine Stobbe], que investiga o critério de comportamento verbal enquanto condição necessária para a verificação de inteligência humana e artificial. A hipótese central é que se faz necessário um critério mais exigente para a constatação de um paralelo entre os critérios de avaliação para averiguação racional. Ainda na esteira da compreensão do nosso processo de conhecimento em geral, temos outro artigo, O conceito de nous e sua relação com o conceito de dianóia na filosofia de Aristóteles [de Alexandre Guedes Barbosa], que busca esclarecer os conceitos de nous e dianóia em Aristóteles, em sua obra De anima. O objetivo do autor é de obter, nesta perspectiva, um maior entendimento sobre a compreensão bipartida em ativo (nous poiētikos) e passivo (nous pathetikon), argumentando que as afecções do intelecto são distintas das afecções de quem o possui.

Ainda sob a ótica aristotélica, o artigo Objetos matemáticos em Aristóteles [de Matheus Gomes Reis Pinto] visa investigar a estrutura e o papel da matemática e de seus objetos, valendo-se dos escritos aristotélicos sobre a matemática – mais especificamente dos livros M e N da Metafísica –, bem como dos diálogos decorrentes das discussões filosóficas com o seu mestre, Platão.

Avançando na discussão sobre a questão moral publicamos, nessa edição, o artigo Nietzsche e a aristocracia [de Ronaldo Moreira de Souza]. O texto examina dois tipos de morais identificados por Nietzsche sob a tipologia moral de senhores e moral de escravos. Tais caracterizações levam Nietzsche a pensar uma nova concepção de política. Denominada “Grande Política”, ela visa se opor às concepções de moral e política vigentes na modernidade e, assim, preparar o advento de uma espécie de “além do homem” como superação do homem moderno.

Sobre a atuação do conhecimento filosófico no ensino médio temos o artigo O ensino de filosofia no ensino médio: Novos desafios [de Kairon Pereira de Araujo Sousa], que apresenta alguns novos desafios dessa disciplina, ao longo da história da educação básica brasileira, ocupando um lugar pouco privilegiado. Até então, a Filosofia vinha sendo utilizada somente como matéria complementar e ministrada por educadores provenientes de variadas áreas do conhecimento. O artigo apresenta alguns dos novos desafios enfrentados pelos professores de Filosofia, quanto à sua práxis e às novas reflexões sobre o ensino no nível médio.

Por fim, comunicamos ao/à leitor/a o nosso propósito de lançar ainda neste ano duas novas edições. Aproveitamos a oportunidade para dar boas-vindas à nova editora e editores Mariane, Pedro e Reinner. Esperamos que juntos possamos construir uma revista com qualidade cada vez maior. Agradecemos de modo especial ao Conselho Editorial da Inquietude e às/aos professoras/es que compuseram a comissão de avaliação dos artigos aqui publicados e aos autores que submeteram seus trabalhos. Reafirmamos que estamos sempre receptivas/os aos acadêmicos que desejem nos enviar seus textos para publicação.

 

Reinner Alves de Moraes

Veröffentlicht: 2016-09-13

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