Uma pun[kxs]ofia transviada

Resumen

Aqui proponho um filosofar desde a visualidade e os textos pós-pornô de fanzines queers, como Guerrilha sexual, Nem macho, nem facho, Fuego queer, Nosso corpo nos pertence, HurraH!, Ludditas sexuales, Bash back, Guerrilha afetiva, Ediciones piedr(a) papel o tijera e Pornographismos. Pensar desde que, por um lado, guarda traços de minha formação acadêmica em filosofia pela UnB, por outro, de minha vida no meio anarcopunk. Duas vias que poderiam ser articuladas como oposição dialética: academia e rua. No entanto, a relação entre elas não é dialética. É um pensar, um viver e um agir político que apontam análises mais complexas acerca do poder e da opressão que se distanciam da lógica binária da dominação: nem bem, nem mal, nem homo, nem hétero, nem homem, nem mulher, nem verdade, nem mentira. Recusa realizada, em ambas as vias acima apontadas, pelo percorrer caminhos queers, pós-pornôs, decoloniais e transversais: eis o que chamo de pun[k|s]ofia transviada. Um filosofar que tem a atitude punk, do “faça-você mesma” e do “não há autoridade a não ser você mesma”, e a política experimental queer que se reapropria da pornografia como horizonte operativo. No presente artigo, trago os elementos composicionais para a realização e experimentação ensaísticas dessa pun[k|s]ofia transviada.