A educação e a filosofia como artifícios do homem natural

Autores/as

  • Homero Santos Souza Filho Universidade de São Paulo (USP)

Palabras clave:

Educação, Natureza, Filosofia, Homem

Resumen

Será no Emílio que Rousseau apresentará as causas da desnaturação em toda a vida humana. Nascido sem suas faculdades plenamente desenvolvidas, o homem adquire, desde cedo, na relação com seus semelhantes, todas as paixões e os vícios da vida em sociedade. Como evitar essa degeneração do homem e formar, então, o homem da natureza, “envolvido no turbilhão social”? Eis o desafio a que se impõe Rousseau no seu tratado. “Existem tantas contradições entre os direitos da natureza e as nossas leis sociais que, para conciliá-los, é preciso deformar e tergiversar sem cessar, é preciso usar de muita arte para impedir o homem social de ser totalmente artificial”. Assim, educação e filosofia revelam-se como decisivas para a formação do Emílio. Pois, é preciso que ele “pense como filósofo” o que significa ter seu juízo bem constituído, necessário para a vida social, para não se conduzir pelas opiniões e para “silenciar” suas próprias paixões. Somente assim, no atual estado de coisas, que o Emílio se realizará como homem natural, guiando-se pelo seu próprio juízo na observância dos erros dos homens. Pois, “o mesmo homem que deve permanecer estúpido nas florestas deve tornar-se razoável e sensato nas cidades se permanecer como mero espectador”.

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Citas

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Publicado

2014-08-25

Cómo citar

SANTOS SOUZA FILHO, Homero. A educação e a filosofia como artifícios do homem natural. Inquietude, Goiânia, v. 5, n. 1, p. 62–70, 2014. Disponível em: https://revistainquietude.com.br/index.php/inquietude/article/view/212. Acesso em: 19 may. 2025.